Testemunho Missionário

 “Iremos até às Indias, ao Alasca se precisar.” (Santa Paulina)

As Irmãzinhas da Imaculada Conceição estão presentes nas mais diversas realidades mundo afora. Conheça um pouco da missão realizada pela Congregação através do trabalho das Irmãs junto ao povo que clama por uma vida digna.

claritzaIrmã Claritza Davila – Comunidade San Pedro Del Norte – Nicarágua

Irmã Claritza acompanha cinco jovens vocacionadas da Paróquia São Pedro Apóstolo e, em 2017, também assumirá a Pastoral Juvenil e a Pastoral Vocacional. É formada em Pedagogia e pós-graduada em assessoria bíblica pela Escola Superior de Teologia (EST), em São Leopoldo (RS). O curso de pós-graduação estabeleceu uma ponte entre a Leitura Popular da Bíblia e a formação acadêmica, além de fortalecer a leitura libertadora da Bíblia junto às comunidades. “A especialização me ajudou muito na área pessoal, porque através da Palavra, sinto-me mais amada por Deus, além de poder contribuir na missão da Congregação e da Igreja”, explicou. “Sou feliz porque a Congregação investe na minha formação para que eu possa dar o melhor no serviço ao povo”, continuou. Como projeto de conclusão do curso de pós-graduação, Irmã Claritza escreveu sobre “Jesus e as crianças”, com base no trecho bíblico do Evangelho de Marcos, capítulo 10, versículos de 13 a 17. “Com este trabalho quero mostrar que as crianças têm uma missão especial na Igreja. Assim como os adultos, elas também são protagonistas, amam muito e aprendem com facilidade”, concluiu.

magdalenaIrmã Magdalena Flores Martinez – Comunidade Hermana Lódia –Nicarágua

Irmã Magdalena trabalha no Comedor e Pré-Escolar Santa Rosa de Lima, que acolhe crianças de 4 meses a 14 anos, auxiliando as professoras e na formação das colaboradoras. Por ser estudante de Psicologia, atende crianças com dificuldade de comportamento e aprendizado. A missão da Irmã tem continuidade no lixão, onde ela contribui com a escuta, oração e auxílio no trabalho de 150 pessoas. Obstáculos e desafios não faltam no trabalho da Irmã Magdalena junto ao povo. “ As maiores dificuldades são o desemprego, a migração, a política, a violência e a falta de estradas para percorrer as longas distâncias entre as comunidades”, explica. “A missão é bonita, mas exige desprendimento. Temos que contemplar o rosto de Deus presente nas crianças e nas pessoas em dificuldade. Missão é estar onde a vida clama e, como dizia Santa Paulina, tornar Jesus conhecido, amado e adorado por todos”, conclui.

 

itatiIrmã Itati Martinez – Comunidade Nuestra Señora del Valle – Argentina

Irmã Itati realiza sua missão no Hogar de Ancianos Santa Marta, onde residem 26 idosos em situação de vulnerabilidade social. O lar para idosos pertence à Paróquia São Francisco Xavier e é mantido com a colaboração da comunidade local e também pelas comunidades vizinhas. Junto com as Irmãs da comunidade, é responsável pela parte administrativa e econômica da instituição. Irmã Itati fica maravilhada ao contemplar que a evangelização dentro do lar acontece através dos próprios idosos e colaboradores. “A alegria dos idosos e a forma como vivem revelam o carisma de Santa Paulina. Os colaboradores também assumem esse carisma a medida em que ajudam os idosos, seja no banho, na lavagem das roupas ou nos cuidados diários. Sinto-me muito feliz porque sou evangelizada por meio desta realidade. É uma realização mútua, tanto para os idosos que se sentem seguros e amados, quanto para mim, como religiosa, que me realizo no cuidado desses filhos que Deus me confiou’, afirma. Para Irmã Itati, o maior desafio da missão é viver com paixão o seguimento a Jesus, assim como fez Santa Paulina. “Hoje eu vivo o carisma no lar junto daqueles que estão em situação de maior injustiça e, como um grãozinho de areia, posso dar a minha contribuição. Como diz o Papa Francisco, um dos desafios é sair das fronteiras, primeiro da fronteira do meu egoísmo, de mim mesma, do meu coração, porque essa primeira fronteira é que vai me fazer chegar até o meu irmão”, finalizou.

lourdesIrmã Lourdes Nogales Casupa – Comunidade Maria de Nazaré – Rio Branco (AC)

Irmã Lourdes, natural da Bolívia, quando chegou na comunidade, realizou trabalho pastoral e, em seguida, coordenou o projeto “Sonho dos Pequeninos”, uma parceria entre a Diocese de Rio Branco e a prefeitura, por aproximadamente quatro anos. Como ainda não tinha concluído o ensino superior em Pedagogia, foi para a sala de aula como professora da educação infantil também no projeto. “Esta é minha missão, trabalhar na área da educação, com crianças de 4 e 5 anos de idade em situação de vulnerabilidade. Santa Paulina foi a mulher que sempre esteve próxima aos pobres, então eu acredito que estou ao lado daqueles que precisam”, afirma. Para Irmã Lourdes, é uma alegria estar com os alunos e dar a eles carinho e atenção. Em sua missão, a Irmã tem como grande desafio lidar com o contexto social do Acre, onde alguns grupos se enfrentam a todo momento. “Trabalhar isso com os alunos é bastante complexo, porque tem crianças que os pais pertencem a grupos diferentes e alguns já sofreram a violência. Muitos alunos meus perderam os pais, outros fugiram. Como trabalhar isso com uma criança de 4 anos de idade, sendo que tudo que eles trazem para a sala de aula é o que eles vivem em casa? São crianças muito carentes”, detalha.

enaIrmã Ena Trujillo – Comunidade Nuestra Señora de Los Ángeles – Guatemala

Irmã Ena, natural da Nicarágua, trabalha na Guatemala, um país onde as pessoas foram muito feridas e maltratadas no tempo da guerra. Ela tem como missão acompanhar os grupos de jovens e mulheres, além de outras pastorais na Paróquia Nossa Senhora das Vitórias. “Sou responsável por organizar encontros de crescimento pessoal com acompanhamento integral dos jovens, sempre procurando que eles sejam protagonistas e representantes de suas famílias e da sociedade no futuro. Conscientizar os jovens não é um trabalho fácil, porque eles se interessam muito pelas redes sociais e nem sempre querem saber de estudo e formação”, explica. Na Pastoral da Mulher, os encontros focam a área cultural e social, além do acompanhamento psicológico. “É uma sociedade machista, as mulheres são muito maltratadas, por isso buscamos meios para integrá-las para que tenham uma melhor autoestima e continuem a caminhar por si só”, conta. Dentre todas as atividades que realiza, Irmã Ena destaca o trabalho junto à Unidade Pastoral Periférica, um grupo organizado que se dedica aos cinco assentamentos da paróquia, onde vivem as pessoas mais pobres que muitas vezes não tem o que comer e nem onde dormir. “Nosso trabalho é acompanhar as pessoas através da escuta dos problemas e tragédias que vivem. Buscamos ajudar alguns casos, como por exemplo, quando as mulheres são maltratadas, mas não tem forças para buscar as autoridades e os direitos humanos. Escutamos e encaminhamos algumas situações, abrindo espaço para acompanhamento psicológico e social. A missão principal nos assentamentos é a escuta”, afirma. Mesmo diante de um cenário desafiador de medo e insegurança, Irmã Ena sente-se realizada com a alegria das pessoas quando são escutadas. “Com todas as dificuldades, é uma alegria poder acompanhar e escutar. É uma presença silenciosa, nosso trabalho não é visto na paróquia e nem fora dela, mas é uma alegria estar com aqueles que ninguém escuta e ninguém enxerga. É uma missão muito bonita, sobretudo enfrentar o medo e as situações de violência”, conclui.

delfinaIrmã Delfina Cacheriua – Comunidade Santa Paulina – Moçambique

Irmã Delfina reside em uma casa de formação inicial que conta com quatro Aspirantes. A comunidade trabalha junto à Pastoral da Juventude, Pastoral Vocacional e na formação de lideranças, desenvolvendo estudo bíblico, catequético e vocacional. As Irmãs também se dedicam ao Centro de Saúde Nutricional da Paróquia São João de Deus, onde crianças em situação de desnutrição fazem as refeições três vezes na semana e levam alimentos para casa, além de receberem orientação sobre alimentação e saúde alternativa. As Aspirantes fazem monitoria nas oficinas de trabalhos manuais e artesanatos, ensinando bordado, crochê e acabamentos de costuras. De acordo com Irmã Delfina, o maior desafio é o número reduzido de Irmãs. “A missão é grande. Muitas pessoas precisam de nós, mas somos poucas. Dentro de nossas limitações fazemos o que podemos”, afirmou. Para ela, o trabalho com os jovens também é desafiador, é preciso ter firmeza e colocar limites. Ao mesmo tempo, Irmã Delfina alegra-se em estar com a juventude. “Os jovens precisam da nossa ajuda, eles sentem-se animados. A participação deles é uma alegria”, disse. “Alegra-me também o trabalho na Pastoral Vocacional e o contato com as pessoas que querem seguir Jesus, principalmente na Congregação, levando o carisma de Santa Paulina adiante”, concluiu.

catarinaIrmã Catarina Castelo – Comunidade Nossa Senhora Rainha da Paz – Moçambique

Irmã Catarina trabalha na escola profissional, que ensina carpintaria, construção civil e administração pública para jovens a partir de 15 anos, através de aulas práticas e teóricas. Em sua missão, enfrenta alguns desafios, entre eles, o trabalho na direção da escola e a falta de Irmãs e lideranças para realizar diversas atividades necessárias. Em meio aos desafios, Irmã Catarina alegra-se em estar com o povo, contar com a ajuda das pessoas e com o engajamento da FAMAPA. “O grupo da FAMAPA realiza um trabalho bonito, levando o carisma de Santa Paulina e indo ao encontro dos mais pobres”, afirma.

 

aracellyIrmã Aracelly del Carmen Urbina Picado – Comunidade Santa Paulina – Nicarágua

Irmã Aracelly realiza sua missão, juntamente com as Irmãs Maria de Lurdes Moser e Irismar de Sousa, em 40 comunidades da Paróquia San Martin de Porres, em La Fonseca. Duas vezes ao ano, a Paróquia promove o giro missionário (visitas), quando padres, Irmãs e leigos vão ao encontro do povo nos locais mais afastados, visitando as comunidades e ministrando os sacramentos. “É uma grande festa”, afirma Irmã Aracelly. Na região, as maiores dificuldades são a distância, os meios de transporte e a falta de comunicação pela ausência de linhas telefônicas. Irmã Aracelly é responsável por acompanhar a juventude. “Sirvo à Igreja com alegria para que Jesus se torne conhecido. Vejo Jesus nos jovens e fico muito feliz com o entusiasmo deles. Sinto que a vida religiosa vale a pena e, por isso, na Pastoral Vocacional, ajudo os jovens no discernimento vocacional, mostrando o quanto é bom abraçar o projeto de Jesus”, afirma. A missão da Irmã junto à juventude também apresenta seus desafios, devido à difícil compreensão do processo de evolução pelo qual passam os jovens. “É preciso mostrar que eles podem fazer a diferença no mundo em que vivemos”, disse. Irmã Aracelly também foi missionária durante cinco anos na Guatemala na área da saúde alternativa. “Embora a juventude não seja minha área, realizo a missão com carinho. É preciso estar aberta a novas oportunidades e reconhecer Jesus nelas. Mesmo com tantos problemas, vale a pena motivar os jovens e mais Irmãs para a missão Ad Gentes”, concluiu.

marthaIrmã Martha Lorena Arauz Morales – Comunidade Santíssima Trindade – El Salvador

Irmã Martha coordena, na Paróquia São Francisco de Assis, os trabalhos realizados junto ao povo em situação de vulnerabilidade social, principalmente crianças, jovens e mulheres. As Irmãs da comunidade acompanham as famílias, colaboram com a formação de líderes comunitários, organizam escolas bíblicas e auxiliam enfermos e idosos. O trabalho das Irmãs tem como objetivo resgatar os valores do ser humano na vida, na fé e na esperança. Muitos são os desafios enfrentados, como a violência no país e a falta de valores humanos, morais e cristãos, o que faz com que muitas famílias migrem para os Estados Unidos, deixando seus filhos para trás. As Irmãs também ajudam na formação e educação dessas crianças. Para enfrentar as dificuldades, de acordo com Ir. Martha, a vivência comunitária é fundamental para o bom êxito da missão. “Na vida comunitária, partilhamos a missão e as experiências, e isso nos enriquece”, afirma. Ir. Martha sente-se muito feliz com a união do povo e a fé das pessoas. “Alegro-me em ver as Irmãs estudando e se preparando para a missão. Mesmo com este mundo perdido, temos pequenas luzes por onde podemos orientar o povo a ser melhor e mais cristão. Tenho esperança de que os povos voltem a serem felizes”, concluiu.

rosaIrmã Rosa Maria Urbina Solórzano – Comunidade Oscar Arnulfo Romero – Nicarágua

Irmã Rosa realiza sua missão junto à Pastoral Juvenil. Ela participa da assessoria de formação dos jovens e também acompanha a organização e articulação do trabalho pastoral junto à diocese. Dentro da Pastoral Juvenil, Ir. Rosa desenvolve, junto com a Pastoral Vocacional, atividades voltadas para o discernimento vocacional dos jovens. Para ela, o maior desafio que enfrenta é a migração. “As pessoas migram porque têm medo da situação política, social e econômica do país. Nosso trabalho é conscientizar o povo de que a migração não é a solução dos problemas, até porque muitas vezes acontece ilegalmente”, afirma. Irmã Rosa sente-se motivada na missão que realiza. “A reposta das pessoas e o desejo que têm de seguir em frente alegra meu coração”, explica. Segundo Irmã Rosa, o povo mostra que precisa da presença das Irmãs, por isso a missão realizada pela Congregação é fundamental para que as pessoas sigam em frente. “Sou feliz pelo trabalho missionário realizado pela Congregação, mesmo com todos os desafios, consigo ver luzes”, conclui.

 

fatimaIrmã Fatima Feliciano – Comunidade Santa Paulina – Moçambique

Irmã Fátima Feliciano trabalha na Paróquia São João de Deus com saúde alternativa, juventude e mulheres. As Irmãs da comunidade atendem de segunda a sexta-feira crianças de 01 a 07 anos que sofrem com a desnutrição. Também realizam um trabalho desafiador para valorização das mulheres na sociedade. Muitas delas são maltratadas pelos maridos e proibidas de estudar. Então, as Irmãs atuam junto a elas e aos seus maridos para conscientizá-los sobre a importância da valorização da mulher e da necessidade que elas têm de estudar. Ir. Fátima sente-se muito feliz na missão que realiza. “Minha maior alegria é ver o progresso das crianças na área nutricional. Fico muito feliz em representar a Congregação em Moçambique e saber que colaboro para o bem do povo”, declarou.

 

florindaIrmã Florinda Alexandre – Comunidade São José – Moçambique

Irmã Florinda trabalha na administração do Orfanato Missão São Roque. São 47 crianças de 06 a 14 anos, sendo 24 meninas e 23 meninos, acolhidos através da Assistência Social. Após a saída do orfanato, as Irmãs continuam acompanhando os adolescentes com a formação humana e espiritual, também auxiliam em alguns custos com estudos. Devido à grande migração de jovens para a África do Sul em busca de melhores condições de vida, a maior parte da população é idosa. Nesse sentido, as Irmãs também ajudam com a alimentação e saúde dos idosos. De acordo com Irmã Florinda, um dos desafios é a falta de segurança do orfanato e, por esse motivo, existe uma preocupação muito grande com o tráfico infantil. Outro desafio da comunidade é a localização. Por estar distante do centro da cidade, as Irmãs, quando precisam fazer compras ou resolver alguma questão, passam o dia inteiro fora. Mesmo diante das dificuldades, Irmã Florinda é muito feliz na missão que realiza. “É uma alegria estar a serviço do povo, fazer o bem para o próximo. Gosto muito de trabalhar com as crianças. É gratificante quando os jovens que já passaram pelo orfanato, retornam para agradecer o que fizemos por eles. É sinal de que nosso trabalho não foi em vão. Agradeço à Congregação por esta experiência, que é difícil, mas traz alegria no contato com o povo”, concluiu.