O livro “Os Sonhos de Santa Paulina”, escrito por Rodinei Balbinot, conduz o leitor pelo caminho da esperança, mostrando como o sonho é uma constante na vida de quem se inspira em Deus. A experiência do autor com a história de vida da primeira santa do Brasil foi a grande inspiração para o projeto.
Confira a entrevista exclusiva com o escritor!
Como surgiu a ideia do livro “Os Sonhos de Santa Paulina”?
A ideia surgiu das irmãs idosas. Em 2020, a Irmã Rosane fez um convite para fazer uma reflexão sobre os sonhos de Santa Paulina com as irmãs idosas. Quando recebi o convite pensei que eu é quem deveria ouvi-las. Desafiado, mas percebendo que poderia aprender muito com elas, aceitei. Elas, então, me provocaram para que escrevesse. Inicialmente, era para ser apenas um texto, porém muitas percepções e inspirações foram aparecendo e o texto acabou se transformando no livro.
De que forma os sonhos de Santa Paulina nos inspiram a viver a caridade nos dias de hoje?
Difícil traduzir em palavras a inspiração dos sonhos. Eles sempre nos fazem ver além. Algumas das aprendizagens que podemos fazer com os sonhos de Santa Paulina: sermos simples e humildes; estarmos sempre abertos a Deus e aos clamores das diversas realidades; não considerar nosso pouco saber, os escassos meios e os poucos recursos como empecilho para realizar uma missão; a disponibilidade para o serviço gera alegria, apesar das dificuldades; podemos fazer muito com pouco e estarmos sempre atentos, pois Deus continua acontecendo na criação.
Qual sonho de Santa Paulina você destacaria no seu processo de criação?
O livro trabalha três sonhos: o do grande sobrado desabitado (1888-1890); o sonho da planície missionária (1891); o do sacerdote desconhecido (1895). Entre eles há um fio que costura o sentido da proposta de Deus.
Deus, por meio de Nossa Senhora de Lourdes, no primeiro sonho, pede a jovem Amábile que inicie uma obra e assegura que enviará pessoas para ajudar. No segundo sonho, o da planície, Amábile vê milhares de meninas e algumas das quais reconheceu depois ao entrarem na Congregação. No terceiro, temos a presença do amável sacerdote, apontado pelo Padre Marcelo Rocchi como sendo aquele que Nossa Senhora de Lourdes lhe prometeu mandar para ajudar. E qual o sentido da obra? É a sensibilidade para perceber e a disponibilidade para servir.
Para você, qual a maior mensagem que Santa Paulina deixou para a humanidade?
Creio que sua mensagem central é que podemos construir um mundo melhor para todos. Se trabalharmos em nós e no mundo a sensibilidade para perceber os clamores da realidade e a disponibilidade para servir, especialmente, aos que estão em situação de maior injustiça – o próprio carisma da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.