O encontro nasceu da necessidade da Congregação focar em uma das prioridades do Capítulo que é a mulher. Por isso, durante o evento, as participantes apresentaram os trabalhos que desenvolvem nas diversas realidades onde estão inseridas. De acordo com Irmã Marilde Arenhardt, conselheira geral para a Ação Evangelizadora na Pastoral, o objetivo é empoderar as mulheres e mostrar que elas são capazes de modificar, transformar e gerir.
Para assessorar o encontro, a equipe organizadora convidou a doutora Letícia Botelho, advogada da Arquidiocese de Porto Velho (RO). Segundo ela, na construção das políticas públicas, algumas mulheres colocam-se a parte, com receio de manifestar opinião, outras porque não têm acesso ou não sabem como chegar. “O encontro propicia conhecimento e contato para saber qual é o caminho que deve ser feito. Quero mostrar para as mulheres que o trabalho que elas desenvolvem é uma fonte de esperança, que pode ser incluído em um programa, projeto ou política pública, porque traz uma solução para os problemas da sociedade”, explicou.
Um exemplo é Cleida Maria Ribeiro, que participa ativamente na Pastoral Familiar e na Rede Um Grito pela Vida, em Rio Branco (AC), colaborando com as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. Ela chegou ao encontro ansiosa por informações, depois, ao se deparar com as realidades, foi acometida por uma grande tristeza, mas, quando se deu conta das sementes plantadas, encheu-se de esperança. Dilma Maria, indígena do município de Juara (MT), também saiu do encontro muito otimista. “Nosso maior desafio é o preconceito, acham que nós não somos capazes, mas quero mostrar para as mulheres da minha comunidade que somos batalhadoras e corajosas, afirmou.
Irmã Adriane de Oliveira colaborou na organização do encontro e ficou muito feliz com o resultado. “O encontro foi ótimo, superou as minhas expectativas. Conhecer sobre as políticas públicas, tomar consciência de que somos capazes, depende de nós. Essa mudança de comportamento faz com que exaltemos ainda mais o poder, a estima de ser mulher”, disse.
Os frutos do encontro também vão surtir efeito nos países da América Central. Para Irmã Lurdes Moser, que trabalha na Nicarágua, o encontro foi importante para retomada do trabalho no continente. “É sempre bom avaliar e aprofundar aspectos que consideramos relevantes. Sinto que foi uma grande contribuição, uma grande ajuda e vou repassar isso para as Irmãs que coordenam os diferentes grupos na Centro América. Tenho certeza que vamos dar um passo de qualidade no trabalho com as mulheres”, avaliou a Irmã.
Celebração. O I Encontro de Mulheres terminou com uma missa, presidida pelo padre João Júlio, na Capela Sagrada Família e Santa Paulina. Durante a homilia, o padre ressaltou a importância da mulher na sociedade. “A mulher busca a igualdade, uma caminhada comum, onde possa contribuir com toda sua experiência para a sociedade. A presença da mulher pode gerar processos novos”, disse. A comunidade também celebrou em ação de graças pelos 15 anos de canonização de Santa Paulina. “Santa Paulina sempre quis que Jesus fosse conhecido, amado e adorado por todos e em todo mundo. Agora está presente no altar, em muitas igrejas, junto ao povo”, afirmou Irmã Marilde. Na celebração também foram enviadas em missão as Irmãs Ivania Blandon, que segue para o Chade, na África, e Marli Maria da Silva, que vai para a Argentina.