O trabalho desenvolvido pelas Irmãs Cleonice Dorothea, Ilza Franca e Maria Irene da Silva, além da Marie Pauline Baleba, uma jovem africana que faz experiência vocacional no Brasil, também aborda questões e reivindicações sobre o direito à vida e justiça social.
Nessa missão se faz destaque algumas atividades realizadas em parceria com a Comissão Pastoral da Terra do Ceará, que tem como eixos de atuação: Terra e Território, Água e Direitos, que se desenvolvem nas linhas de ação da Soberania Alimentar e Sustentabilidade, Grandes Projetos e Meio Ambiente. Essas ações contam com uma presença solidária, profética, ecumênica, fraterna e afetiva, e prestam um serviço educativo e transformador para estimular e reforçar o protagonismo do público assistido.
As ações do eixo Terra e Territórios se dão no acompanhamento aos acampados, homens e mulheres sem-terra que, expulsos do campo, migraram para as cidades, buscando outras formas de sobreviver e que, a partir de uma organização, criam um acampamento como espaço de formação e pressão para a desapropriação de uma determinada área demandada. “Nosso papel, como pastoral é estar junto com essas famílias ajudando na formação e nas organizações, para que vivam em comunidade, conscientes de que a busca para o “Bem Viver” é tarefa de todos e não só de alguns”, afirma Ir. Ilza.
Além do trabalho nos acampamentos, a pastoral da terra acompanha de modo especial as famílias já assentadas, com orientação para desenvolverem melhor suas atividades agrícolas, visando uma alimentação saudável, com o cultivo orgânico, ficando conhecedoras do prejuízo que os agrotóxicos e adubos químicos causam à saúde e ao meio ambiente. “Muitas famílias melhoram, não só a alimentação, mas a renda da casa, pois conseguem produzir além do necessário para o consumo, vendendo nas feiras o excedente. Vale destacar a participação ativa das mulheres nestes processos de produção, pois, quase 100% dos quintais produtivos são de suas responsabilidades”, declara.
Grandes projetos e meio ambiente
O trabalho desenvolvido nesse eixo se dá no acompanhamento às comunidades impactadas pelos grandes empreendimentos, pois estes estão atingindo negativamente os territórios, ameaçando a qualidade de vida e a permanência de comunidades camponesas em suas áreas. As ações se resumem em: tornar as famílias conhecedoras do que é o projeto; descobrir se as licenças foram concedidas à empresa; orientar as famílias sobre seus direitos em resistir, de não entregar suas terras, seus espaços; verificar os impactos sociais e ambientais que o empreendimento poderá causar e junto aos órgãos competentes defender a vida e os direitos das famílias atingidas e ainda, pesquisar e orientar as famílias sobre a existência de trabalho escravo e o tráfico de pessoas.
“É uma missão desafiadora, pois lida com pessoas pobres, ameaçadas em perder seus direitos. Pessoas desvalorizadas, porque não trabalham pelo lucro, mas pela defesa da vida em todos os sentidos”, explica Ir. Ilza.