Canonização de Santa Paulina completa 14 anos: legado e história

Para a CIIC, a comemoração dos 14 anos de canonização de Santa Paulina é momento de recordar todo o processo que se iniciou com a beatificação até a canonização. O primeiro milagre foi registrado em Imbituba (SC), no qual foi reconhecida a cura instantânea, perfeita e duradoura de Eluíza Rosa de Souza, que possuía uma doença complexa: a morte intra-uterina do feto e sua retenção por alguns meses. A extração com instrumentos e revisão do útero foi seguida de grande hemorragia e choque irreversível. O caso foi discutido e, posteriormente, o Santo Padre ratificou em decreto aprovando as conclusões da Congregação para as Causas dos Santos.
Já o segundo milagre oficialmente comprovado ocorreu com a menina Iza Bruna Vieira de Souza, de Rio Branco (AC). Ela nasceu com má formação cerebral, diagnosticada como “meningoencefalocele occipital de grande porte”. No 5º dia de vida, foi submetida, embora anêmica, a uma cirurgia e, depois de 24 horas, apresentou crises convulsivas e parada cardiorrespiratória. A avó da menina, Zaira Darub de Oliveira, rezou à Madre Paulina durante toda a gestação da filha e também durante o período no Hospital. A menina Iza Bruna foi batizada no próprio Hospital, dentro do balão de oxigênio, e logo se recuperou. A cura foi atestada pelo Papa João Paulo II que, no dia 19 de maio de 2002, canonizou Santa Paulina, reconhecendo suas virtudes em grau heroico: humildade, caridade, fé, simplicidade, vida de oração, entre outras.

fotoBiografia
Nascida no dia 16 de dezembro de 1865, em Vigolo Vattaro, Trentino Alto Ádige, norte da Itália recebeu o nome de Amábile Lúcia Visintainer. Era a segunda filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer. Imigrante italiana radicada no Brasil desde os 9 anos de idade, Santa Paulina adotou o Brasil como sua pátria e os brasileiros como irmãos. Imigrou para o Brasil, juntamente com seus pais, seus irmãos e outras famílias da região Trentina, no ano de 1875, estabelecendo-se na localidade de Vígolo, em Nova Trento (SC). Em 1887, com o falecimento de sua mãe, Amábile cuidou da família até o pai contrair novo casamento. Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social.

Aos 12 de julho de 1890, com sua amiga Virginia Rosa Nicolodi, deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidando de Angela Viviani, mulher em fase terminal de câncer, num casebre doado por Beniamino Gallotti. Após a morte da enferma, em 1891, juntou-se a ela mais uma entusiasta de ideal: Teresa Anna Maule. Em 1894 o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Receberam em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott, hoje onde fica o Centro de Espiritualidade Imaculada Conceição.

Em 1903, Santa Paulina foi eleita, pelas Irmãs, Superiora Geral por toda a vida. Nesse mesmo ano, deixou Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, filhas de ex-escravos e pobres no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Recebeu apoio do Pe. Luiz Maria Rossi e ajuda de benfeitores, em especial do conde Dr. José Vicente de Azevedo.

Em 1909, a Congregação cresce nos estados de Santa Catarina e São Paulo. As Irmãs assumiram a missão evangelizadora na educação, na catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs. Nesse mesmo ano, Santa Paulina foi deposta do cargo de Superiora Geral pela autoridade eclesiástica e enviada para Bragança Paulista, a fim de cuidar dos doentes e asilados, onde testemunhou humildade heroica e amor ao Reino de Deus. Compreendendo que a obra era de Deus e não sua, ela submeteu-se humildemente e permaneceu por nove anos naquela missão. Em 1918, Santa Paulina foi chamada a viver na Sede Geral da Congregação, onde testemunhou uma vida de santidade e ajuda na elaboração da História da Congregação e no resgate do Carisma fundante. Acompanhou e abençoou as Irmãs que partiam em missão para novas fundações. 

Santa Paulina morreu aos 77 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942, com fama de santidade; pois viveu em grau heroico as virtudes de FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE.

foto

O então presidente Fernando Henrique Cardoso entrega imagem de Santa Paulina para o Papa João Paulo II, em 2002.

foto

foto

Iza Bruna Vieira de Souza cujo milagre foi reconhecido e tornou Madre Paulina Santa com o Papa João Paulo II, em 2002

foto

Eluíza de Souza, a primeira miraculada, durante a beatificação de Paulina com o Papa João Paulo II, em Florianópolis (SC), em 1991