A importância da mulher para os movimentos sociais

Liderança feminina nas Igrejas e Ministérios Pastorais.

São notáveis as conquistas que as mulheres vêm alcançando nas últimas décadas. No entanto, no mundo inteiro, elas ainda têm que lutar para mudar cenários de séculos de ações limitadoras da sociedade e das visões preconceituosas, que até hoje deixam suas marcas. O mesmo acontece com o avanço e as conquistas das mulheres nas igrejas, que estão cercadas por grandes desafios.

A mulher é chave principal e fonte geradora de outras vidas, ela gera, dá à luz, “dá seu sangue e seu leite” ao filho, à nova vida, isso faz com que ela seja responsável pela vida no mundo. Nesta concepção, a mulher é agente fundamental nas lutas sociais.

Apesar disso, para a Igreja, esta é ainda uma questão polêmica. A maioria dos fiéis considera estranha a presença de uma mulher no altar, como sacerdotisa, eles duvidam de sua capacidade. Modificar esta crença é um dos principais desafios enfrentados pelas mulheres em seu acesso ao ministério pastoral.

Hoje, elas atuam com limitações, a conjuntura atual não abre espaço para o desenvolvimento de seus trabalhos, estão sempre sob o comando de lideranças masculinas que direcionam as ações. Verdadeiras barreiras que as impedem de agir como legítimas líderes eclesiásticas.

Contudo, de tempos para cá, elas passaram a questionar costumes antigos de regras rígidas: “o tempo em que fui criada eu não usava bermuda”, “eu não usava short”, “eu era feia”, “eu era gorda”, “eu era velha”.

Essas mulheres questionadoras são exemplos de libertação a serem seguidos por outras, as quais passam a interpelar por seus direitos de trabalhar, de se arrumar, de almejar ser alguém na vida. Fazer com que o homem passe a respeitá-la como seu igual, uma cidadã com plenos direitos, tal como ele.

Tanto a ajuda comunitária, quanto as lutas por direitos igualitários, fazem parte do referencial sociocomunitário, no qual a identificação com uma população local, suas condições de existência, questões e problemas fundamentam a mobilização social.

A militância feminina não luta apenas em benefício próprio. A participação da mulher nos espaços públicos é caracterizada pela ação em prol dos menos favorecidos, das crianças e dos idosos.

Como a mulher está ligada à concepção do cuidado, de criação, de maternidade, o progresso da atividade feminina é materializado na conquista de creches, escolas, postos de saúde, saneamento básico e energia elétrica.

As vitórias femininas embarcam em um caminho sem volta. É cada vez mais evidente que elas estão estabelecendo seu lugar no mundo e reestruturando seus papéis na sociedade, que durante séculos foi de domínio masculino.

As mulheres continuam avançando, embora ainda haja resistência e muitas tropecem em práticas cotidianas extremamente frágeis e em realidades humilhantes, como a violência doméstica e a desigualdade salarial; além das barreiras invisíveis, como maior jornada de trabalho e a não promoção para cargos de lideranças dentro das empresas ou igrejas.

Elas enfrentam os desafios dos estereótipos e se firmam como indivíduos independentes, com o controle do próprio destino.

Passo a passo, vão alcançando seus objetivos, deixando de ocupar cargos subalternos para assumir funções de liderança na comunidade. É a mulher, antes oprimida, buscando seu lugar ao sol, não só por ela, mas pelo futuro de uma sociedade mais igualitária, justa e materna.

Colaboração: Irmã Sebastiana Mendonça de Sousa